domingo, 2 de julho de 2017

Enem - 10 dicas para se sair bem na redação

        A redação corresponde a 20% da nota do Enem. É a questão mais importante da prova, pois mede a capacidade de ler, argumentar, selecionar dados, propor soluções para intervir na realidade e, sobretudo, expressar as ideias com ordem, unidade e clareza. Ou seja: envolve praticamente as cinco competências solicitadas no exame.
        Em tarefa de tal importância, não se pode vacilar. O objetivo das dicas abaixo é ajudá-lo a produzir um texto que atenda às expectativas da banca. Leia, medite, pratique -- e boa sorte.

1) Procure em seu texto seguir a norma culta. Os desvios mais graves são os que afetam a coerência e a coesão (erros no uso dos conectivos, na pontuação, no emprego dos pronomes, na concordância verbal ou na flexão dos verbos). Exemplo: “Hoje com o acesso facilitado às informações, criou uma tênue linha entre aluno e professor”.

2) Leia com bastante atenção os textos que apresentam o tema (chamados “coletânea”, ou “textos de suporte”). Eles servem de referência para que você mantenha o foco, não se perdendo em desvios ou generalizações. Usando-os inteligentemente você pode, por exemplo, extrair deles o tópico de um parágrafo ou o argumento para um ponto de vista que queira defender.  Caso cite literalmente passagens desses textos, coloque-as entre aspas (jamais as copie).

3) Evite o discurso excessivamente coloquial e as gírias (“Não se entende como, nessa altura do campeonato, ainda há pais que se recusam a levar os filhos para a escola”; “É preciso dar um flagra nos corruptos”).  Exames como o Enem solicitam um texto dissertativo-argumentativo; nesse tipo de texto, o rigor dos fatos e a lógica das ideias transparecem melhor numa linguagem tanto quanto possível neutra e objetiva.

4) Evite fazer pregações religiosas e assumir posições dogmáticas (que não se prestam à discussão). Crenças religiosas pertencem ao foro íntimo de cada um e não devem substituir os argumentos, que se apoiam em fatos e razões.

5) Evite defender posições que agridam os direitos humanos ou reflitam preconceito contra grupos, raças ou povos (negros, índios, judeus, homossexuais etc.). Você não é obrigado a ser politicamente correto, aceitando indiscriminadamente o que está em voga -- mas deve ser eticamente correto.

6) Preocupe-se mais com a correção e a clareza do que com o “estilo”. Você não vai escrever um texto literário, mas um que apresenta, discute e relaciona ideias e informações. Em textos assim, não convém fazer com que a forma chame mais a atenção do que o conteúdo.

7) Não queira parecer “inteligente”, escolhendo palavras ou conceitos que você que supõe brilhantes. A experiência mostra que esse brilho é falso, só existe na cabeça do aluno. Além disso, práticas como essa tendem a privilegiar determinadas passagens da redação e deixar de lado o conjunto. O que torna eficiente um texto é a sua organização como um todo.

 8) Evite lugares-comuns e frases feitas, pois eles comprometem a informatividade e a originalidade textuais. Evite também fundamentar seus juízos em apreciações de caráter emocional, que concedem demasiada ênfase à subjetividade.  (Exemplos: “O governo precisa rever seus conceitos sobre educação.”; “O que mais me revolta é que há várias maneiras de se libertar espiritualmente além do cigarro”).

9) Fique atento à progressão das ideias, evitando que elas se repitam e deem a impressão de que seu texto não anda; para evitar isso, é útil fazer um esquema com a ordenação dos principais tópicos a serem desenvolvidos. A repetição de palavras também deve ser evitada, pois indica pobreza vocabular.

10) Evite apresentar novos argumentos na conclusão. A conclusão é geralmente o lugar de retomar o ponto de vista defendido -- o qual a essa altura estará devidamente fundamentado nos argumentos -- e de trazer sugestões, propostas, encaminhamentos para resolver os problemas apresentados.   

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