“Flagrem-se o Príncipe da Dinamarca – com um crânio humano na mão – como marca da reflexão;
Sansão,
com o de um
burro,
a da ação...”.
(Waldemar J.
Solha. ESSE É O HOMEM )
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A sínquise é a apresentação invertida ou lacunosa dos termos oracionais.
Raramente se vê um caso dessa figura hoje, quando se recomenda (mesmo na poesia) a economia nas inversões e elipses a fim de atingir mais facilmente o leitor. A sínquise, no entanto, pelo esforço que demanda para a apreensão da mensagem, pode ter um bom efeito retórico.
Ela tende a promover a “duração da percepção”, de que fala
Chklovski, e se coaduna com a associação de conteúdos antitéticos – como é o caso da passagem acima, na qual o autor
traça um paralelo entre o reflexivo Hamlet e o embrutecido Sansão.